60% dos investidores e consultores acreditam que a pandemia é um bom momento para fechar transações e procuram intensamente oportunidades de investimento imobiliário.

Mais de 50% dos compradores e vendedores esperam que as consequências do coronavírus na economia reduzam os preços dos imóveis.

Estas são as conclusões de uma pesquisa com clientes realizada, analisada e apresentada pela corretora imobiliária internacional Tranio. O objetivo da pesquisa foi identificar as expectativas dos stakeholders do mercado imobiliário globalmente durante a pandemia.

Sem pânico até agora: o imobiliário europeu ainda mantém o interesse dos investidores

Os 1.192 entrevistados – tanto visitantes do website como clientes da Tranio – que participaram no inquérito são investidores, consultores e vendedores de imóveis que examinaram cuidadosamente a evolução da situação do mercado e consideraram as transações principalmente nos mercados europeus.

Metodologia: Participaram da pesquisa 1.192 entrevistados, dos quais 1.007 são investidores, 94 são vendedores de imóveis e 91 são profissionais do setor imobiliário. Os inquiridos – que incluíam investidores de países em desenvolvimento que procuram investimentos europeus – responderam às perguntas do inquérito em diferentes línguas disponíveis no website.

A pesquisa constatou que 61% dos investidores e quase o mesmo número de consultores imobiliários (60%) procuram propostas atrativas no mercado e estão prontos para realizar transações.

Os restantes investidores e profissionais (39% e 40% respetivamente) aguardam o fim das medidas de quarentena.

No meio do confinamento e do auto-isolamento em massa, metade dos investidores (51%) estão dispostos a considerar fechar transações remotamente sem ver o imóvel. 49% dos entrevistados não considerarão esta opção.

“Na prática, as transações remotas são raras. Via de regra, o comprador já viu o imóvel nesses casos, conhece bem a localização e compra um objeto ‘compreensível’ (por exemplo, um novo empreendimento). Alternativamente, o comprador já tem experiência com tais transações, bem como as capacidades necessárias, como uma conta bancária, consultores e, às vezes, um negócio no exterior naquele país”, afirma George Kachmazov, sócio-gerente da Tranio.

O que acontecerá com os preços?

A maioria dos entrevistados acredita que os preços cairão durante o confinamento, mas recuperarão gradualmente após a pandemia. 57% dos investidores, 70% dos consultores e 51% dos vendedores expressam esta certeza.

24% dos investidores, 16% dos consultores e 17% dos vendedores partilham a opinião de que, após o levantamento dos confinamentos, os preços prosseguirão uma tendência descendente a longo prazo. Quase um terço dos vendedores (32%) está confiante de que o bloqueio não terá impacto nos preços. 18% dos investidores e 14% dos consultores concordam com isso.

“Existem dois componentes de preço: o fluxo de aluguel e o multiplicador que considera o preço pelo qual o fluxo de aluguel é vendido”, explica George Kachmazov, “Os multiplicadores não mudarão, mas alguns imóveis ficarão mais baratos devido à queda no aluguel renda.”

Expectativas dos UHNWIs dos mercados em desenvolvimento

Os especialistas da Tranio também entrevistaram gestores de patrimônio profissionais que lidam com investidores privados abastados. Os entrevistados foram 14 banqueiros privados, gestores de fortunas e associados de escritórios familiares em países em desenvolvimento. ganho de capital na venda do imovel.

A grande maioria dos investidores ricos está disposta a canalizar fundos para mercados imobiliários estrangeiros durante a pandemia, e 86% dos especialistas estão ativamente à procura de propostas atraentes para os seus clientes. Apenas 14% estão à espera que a pandemia diminua.

A maioria dos entrevistados (79%) que lidam com clientes ultra-ricos também está confiante de que os preços dos imóveis estrangeiros cairão devido ao confinamento, mas espera que recuperem rapidamente. Apenas 7% acreditam que a queda dos preços será de longo prazo.

Esses investidores são cautelosos quando se trata de estratégias de investimento remoto. A maioria dos entrevistados (86%) afirma que não considerará tais oportunidades para os seus clientes. Apenas 14% dos entrevistados estão dispostos a discutir opções de compra de imóveis sem estar presentes.

George Kachmazov considera as expectativas dos investidores bem justificadas. “Imóveis com desconto, normalmente ativos ruins, vão aparecer no mercado nos próximos meses. Os investidores devem estar preparados para agir rapidamente e comprar esses imóveis com desconto à vista”, afirma o especialista. Afirma também que uma onda de falências reais no mercado imobiliário ocorrerá perto do Outono, à medida que os intervenientes ineficazes e altamente alavancados forem expostos à recessão.

“No entanto, os projectos que mantêm os fluxos de caixa constantes – supermercados, projectos residenciais e instalações de habitação para idosos – serão vendidos sem descontos, agora que os governos estão a injetar dinheiro barato nos seus mercados e as taxas de base estabelecidas pelo BCE e pelo FRS estão em baixa. “, diz George Kachmazov. Segundo ele, os investidores conservadores deveriam olhar para estratégias de proteção, como os imóveis residenciais. No entanto, os potenciais retornos máximos para investidores mais ousados ​​residem nos segmentos de mercado mais afetados, como hotéis, lojas e escritórios.

Expectativas dos investidores nos mercados europeus

Mais de metade dos entrevistados (55%) que estão interessados ​​em investir no setor imobiliário alemão estão prontos para procurar pechinchas e boas oportunidades de investimento. Os outros 45% preferem esperar o fim da pandemia. A grande maioria dos potenciais compradores de imóveis na Grécia (82,4%) procura boas oportunidades, em comparação com apenas 17,6% que decidiram adiá-las. A situação oposta está a revelar-se para os investimentos em Espanha. Dois terços dos entrevistados (65,8%) preferem esperar até que a pandemia termine. Por outro lado, 34,2% gostariam de investir agora no imobiliário espanhol. Os investimentos em Itália e em França dividiram opiniões: 56% dos compradores estão prontos para agir e 44% aguardam para decidir.